Olá queridos, e futuros, e desconhecidos, e solitários, e inexistentes leitores. Apropriei-me da proposta genial do gênio Caetano Veloso para registrar aqui, no blog, cada passo da construção do meu disco que já (e só) tem nome e algumas músicas que vão ditar o processo de escolha, produção e os arranjos das faixas que vão compor o restante do álbum.
Como disse nos últimos posts, o disco apresentará algumas faixas completamente inéditas – como a que lhe dá nome, Disco Arranhado – e terá algumas músicas de meu antigo projeto, De Volta Ao Ruído, que vocês podem conferir nos canais de rede.
Comecei a produção do disco nesta semana. O interessante foi o reencontro com o estúdio em si, enquanto espaço físico. Há muito tempo não entrava em um estúdio de gravação.
Luiz Enrique será o produtor do disco. É um talentosíssimo músico, arranjador e produtor. Logo na primeira conversa que tivemos, discutimos sobre o futuro da música e a confusão que tem sido feita quanto à sua verdadeira função: “Seria a música arte ou entretenimento?”.
Luiz é um homem que vive a arte em sua essência da maneira mais profunda, e quanto a isso se posiciona de maneira incisiva – “a música foi, é e apenas será arte. Aquilo que é feito sem propósito não assume outra função, como entreter, por exemplo. A arte entretém por si só. E só”. Eu, por vez, acredito que a música possa atingir os dois objetivos de modo separados.
Essa é uma discussão que vai além de conceitos rasos e inseguros de um jovem como eu, mas o complicado em pensar a respeito do papel da música é enxergar que a mídia, bem como os jovens, parecem estar abandonando o caráter artístico das produções musicais e de outros âmbitos culturais.
É engraçado ver como as pessoas não estão mais dispostas a pensar! São nobres, porém cada vez mais raras, as exceções.
Vi nessa semana o programa de Debates que o Lobão tem na MTV cujo tema era “Rock Geração Colorida x Rock Geração Protesto” onde foram convidadas duas bandas – uma de heavy metal e uma banda do rock chamado “colorido” dos dias atuais. Quase fui tomado pelo desespero (sem nenhum exagero) quando vi um dos garotos coloridos dizendo que não havia pelo que protestar, não havia razão para se negar ou se questionar absolutamente nada.
Agora, com todo respeito à opinião do nosso coleguinha multicores, em que planeta será que ele vive? Será que ele realmente acredita que não há nada de errado no mundo? Será que foi com verdade que ele defendeu a idéia de que estaria tudo certo?
Torço com muita sinceridade para que ele não tenha que descobrir com a própria experiência que as coisas não estão tão legais assim.
Acho bacana quem se posiciona de modo a defender toda a forma de expressão, que tudo hoje em dia tem seu espaço e seu público, mas cá pra nós! Tudo tem limite! Espero que as coisas mudem...
Até lá, continuarei a produção do meu disco com Luiz e espero que gostem do processo, do progresso e da conclusão. Fizemos a pré-produção de três faixas até agora. A primeira a ser gravada será “Disco Arranhado”. Vou lançar todas as novidades por aqui. E você, futuro leitor-do-futuro, espero que reflita sobre T.U.D.O. que diz respeito a seu tempo, espaço e a você. Sua vida com certeza não é tão colorida. Seus amores nunca foram tão sólidos. Sua família nunca será igual àquela do comercial na TV. Seus amigos não são tão sorridentes. E você não deve ser tão feliz...
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